quarta-feira, 12 de março de 2008

DARK



A subcultura gótica (chamada de Dark no início dos anos oitenta no Brasil) é uma subcultura contemporânea presente em muitos países. Teve início no Reino Unido durante o final da década de 1970 e início da década de 1980, derivado também do gênero pós-punk. A subcultura gótica abrange um estilo de vida, estando a ela associados, principalmente, gostos musicais dos anos 80 até o presente (darkwave/gothic rock, death rock, trip hop, ebm, synthpop, indie, etc.), estética (visual, "moda", vestuário, etc) com maquiagem e penteados alternativos (cabelos coloridos, desfiados, desarrumados) e uma certa bagagem filosófica. A música se volta para temas que glamourizam a decadência, o niilismo, o hedonismo e o lado sombrio. A estética sombria traduz-se em vários estilos de vestuário, desde death rock, punk, andrógino, renascentista e vitoriano, ou combinações dos anteriores, essencialmente baseados no negro, muitas vezes com adições coloridas e cheias de acessórios baseadas em filmes futuristas no caso dos cyber goths. Subcultura Foi taxada do "movimento cultural" devido ao princípio de que tal visão e comportamento são um protesto acerca da ambientação dada na época em que se iniciou, isto é, uma alienação que afirmava uma evolução e liberdade que, em verdade, eram insuficientes (ou até inverossímeis), e contra a qual a descrença deveria ser usada como denúncia. Apesar de simplista, esta explicação define o pensamento ideal da maioria dos que afirmam pertencer a este grupo. De qualquer modo, o mundo não parece ter mudado muito, e a subcultura continuou a evoluir cada vez mais podendo basear-se ainda nesse formato. Mas quanto ao fato de seus integrantes usarem o termo subcultura, ao invés de cultura, para designá-lo, é dada a explicação de que esse estilo é uma invenção (não também uma reinvenção), não uma renovação, ou seja, ele se criou firmado em várias raízes paralelas e não visa renovar a cultura de massa, nem, tampouco, se opor a esta (isso seria ainda uma contracultura, não uma renovação). Sendo assim, o estilo gótico do qual estamos falando pode ser tomado como algo anexo do que todos pensam, já que não é uma evolução da cultura orginal, nem mesmo evolução de qualquer coisa outrora nomeada sobre o mesmo termo. O termo gótico na subcultura O termo gótico (do inglês: goth ou gothic) foi usado através dos séculos sob vários significados, às vezes sem ligação alguma. Em algum momento histórico ele pode ter designado certo povo bárbaro que veio a invadir o império romano, mas não devemos nos apegar a isso para não confundir o leitor, pois com o passar do tempo, o termo ganhou significados diferentes. A palavra agrega sentidos que lembram: vitoriano, medieval, onírico, sombrio, assustador, fastamagórico, macabro, amedrontador, etc. O uso do termo 'gótico', desvinculado de seu significado original, surgiu quase que irônicamente, no início da década de 80. A mídia de massa ao entrevistar integrantes das diversas bandas relacionadas à subcultura que começava a surgir, como seria classificada a atmosfera de suas músicas, por vezes recebia respostas semelhantes a: 'de temática sombria e soturna, 'gótica. Na metade da década de 80 o estilo já havia se disseminado por vários outros países (incluindo o Brasil) e o termo acabou por ir junto com ele e até hoje é usado para denominar a subcultura. Enganos frequentes sobre o tema Desde a década de 90 a subcultura começou a sofrer de algumas distorções por parte de enganos freqüentes como o de que o termo gótico sempre esteve ligado através da história e, portanto os góticos de hoje seriam legítimos descendentes dos visigóticos, godos, ostrogodos, entre outros. Que esses mesmo teriam iniciado o estilo arquitetônico de construções sacras e também a literatura, quando na verdade as catedrais góticas só começaram a ser construídas no século XI e nem sequer se recebiam esse nome na época em que foram instauradas como arte sacra, pois expressavam a ideologia e estética da igreja católica na época. Os renascentistas e iluministas, que se opunham à ideologia católica da época medieval, as chamaram, pejorativamente, “Góticas” muito depois, justamente como critica. Na época de sua construção eram chamadas "opus francigenarum"(arte francesa). Quanto aos bárbaros "Godos", que invadiram o império romano, foi um acontecimento dado por volta do século V, logo se vê então que são mais de cinco séculos de diferença histórica cultural, o que já havia feito uma diluição da cultura dos godos na Europa. Do marco da construção das catedrais góticas (Do século XI até XIV) até a época em que surgiu um movimento literário chamado gótico e outro chamado romantismo (Século XVIII para XIX) já haviam se passados mais outros tantos séculos de diferença cultural e, portanto, a imagem de Gótico foi estabelecida como sombrio, fantasmagórico, misterioso, para criticar aqueles que tinham criticado o fim da Idade Média. O que era um nome pejorativo passou a ser um nome designador de uma estética “legal”. Terminamos assim de falar do sentido da palavra através do tempo sem ligá-la totalmente à subcultura e mostrar que até esse ponto os góticos da cultura iniciada na década de 80 não são descendentes dos Góticos dos séculos passados de forma alguma, pois nem sequer eles mesmos tiveram alguma ligação através de suas épocas. A ligação dos góticos contemporâneos com os antigos movimentos artísticos assim entitulados está nas músicas e na estética de forma indireta. Pra começar, a subcultura gótica não possui literatura própria, mas existem vários estilos literários apreciados por seus integrantes, entre eles, no Romance Gótico (Walpole, Mary Shelley, etc), Romantismo (William Blake, Lord Byron, Edgar Allan Poe, etc) a poesia Simbolista/Decadentista (Baudelaire, T.S. Elliot, Rimbaud, Oscar Wilde, etc) o romance Existencialista (Camus, Sartre, etc), Literatura Beat (Ginsberg, William Burroughs), entre outros. Dessa forma, essa subcultura fez releituras ou sátiras da Literatura Gótica. Essa literatura também serviu de tema para movimentos artísticos anteriores, que influenciaram a cultura estética dos anos 1980, como por exemplo o Expressionismo. atualidade Nos dias de hoje há góticos fiéis aos anos 80, que dizem que o movimento acabou nos anos 90, e os mais ecléticos que gostam tanto da old school goth como da cena atual. O que importa é não fazer confusão, no quesito musical a cena evoluiu muito e bandas novas surgem todos os dias com sonoridades ligadas á música gótica consideradas de ótima qualidade. Como tudo, a música gótica passou por inovações, mas há quem diga que o gothic metal seria uma delas. O que pode se ver que é uma afirmação indubitávelmente mentirosa, pois pode se perceber que ao longo de sua história o gótico segue uma vertente rock que nunca se encontrou com o metal. A música a que se faz referência pode até fazer uso de algum elemento da Cultura Gótica, mas na verdade é apenas um apelação comercial, e como se sabe, tudo que é comercializável corre o risco de sumir. Tal qual os beats dos anos 60, a subcultura gótica poderia entrar em decadência se estivesse mesmo ligada à tal superfiacialização. Como todos sabem esse tipo de música representa sempre apenas uma febre, uma moda e se dos anos 80 para cá a cena gótica tem continuado bem viva, ainda que tenha se tornado extremamente underground (nos anos 80 com a transição do punk para o new wave ou pos punk era mais uma miscelânia pop, como se sabe), seria muito estranho que se rendesse ao que chamamos "exigência de mercado", pois as gavadoras fazem o que acham que o que o público vai ouvir, ainda que isso custe a liberdade do artista. Ainda que esses românticos de hoje, que são os famosos góticos "trevosos", sejam uma tribo urbana, eles não descendem da verdadeira subcultura, podendo ser algo novo, mas não uma ligação com a original. E os góticos de verdade continuam a adotar uma estética andrógina, teatral e obscura para representar seu verdadeiro sentimento, um apego ao nada, uma falta de esperanças, algo do tipo "cansei, sabe?", não uma depressão ou melancolia, apenas um descaso, um luto pelo situação da humanidade, ouvir suas músicas com temáticas hedonistas, decadentistas, niilistas, ligadas sempre às suas raízez já citadas e dançar em casas noturnas ao som de ebm, synth e darkwave. Ou então quietinhos em suas casa ouvem bandas como Bauhaus, Joy division,Specimen,The Cure, Siouxsie and the Banshees e lêem algo de Sartre, Nietzsche, Wilde, Blake, Baudelaire e coisas mais comerciais como Anne Rice. Acima de tudo, convém lembrar que, para a grande maioria de seus integrantes, o movimento gótico é fundamentalmente um gosto musical e uma maneira específica de se vestir. Não há envolvimentos intelectuais e filosóficos mais aprofundados. Góticos não se prendem a depredar cemitérios ou beber sangue de seus amigos. Podem ora mostrar, a luz, ora as trevas, um complementa o outro, um verdadeiro gótico sabe disso. Concentrar-se em conviver e se aprofundar em seus problemas (e não em fugir pelo suícidio), góticos não são depressivos, não se referem a subcultura como Goticismo, não usam somente preto e se frequentam cemitérios é pela temática do mistério de morte e vida, pelo apreço pela arte também. Mais realistas do que se pensa, ser gótico hoje em dia representa também repuguinar todo o estereótipo negativo criado em torno de sua figura. E com todo seu sarcasmo rir e continuar a dançar.

Fonte: Wikipédia

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